O governo de Donald Trump estuda ampliar o uso da Lei Magnitsky contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), com o objetivo de pressionar o Congresso brasileiro a aprovar a anistia do ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo a colunista Mariana Sanches, do UOL News, pelo menos quatro novos nomes da Corte estão na mira dos aliados de Trump, entre eles o presidente do STF, Luís Roberto Barroso.
De acordo com a jornalista, a inclusão de novos ministros nas sanções demonstra uma “clara disposição” de Washington em continuar pressionando o Brasil. A primeira medida nesse sentido foi a aplicação de sanções ao ministro Alexandre de Moraes, relator das ações do 8 de janeiro, decisão que causou forte repercussão no país.
Mariana Sanches apontou que a movimentação representa uma ameaça direta à soberania brasileira, ao tentar condicionar decisões do Judiciário e do Congresso às vontades do governo dos EUA. Além dos ministros do STF, há também o risco de que parlamentares sejam incluídos no alvo, como forma de acelerar a votação da proposta de anistia.
A sanção a Moraes foi criticada por ministros da Corte, que saíram em defesa do colega. Moraes classificou a ação como “covarde e traiçoeira” e afirmou que se trata de uma tentativa de submeter o Judiciário brasileiro ao crivo de um Estado estrangeiro.