A Polícia Civil de Alagoas deflagrou nesta segunda-feira (11) a operação “Falso Consignado”, que desarticulou uma organização criminosa especializada em aplicar golpes contra idosos por meio de empréstimos consignados fraudulentos. Ao todo, foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão e um de prisão preventiva contra o líder do grupo, já preso por homicídio qualificado.
Segundo as investigações da Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco), a quadrilha falsificava documentos de beneficiários do INSS, criava contas no sistema Gov.br e contratava empréstimos não autorizados em nome das vítimas, esgotando toda a margem consignável. Apenas em um dos bancos lesados, o prejuízo ultrapassou R$ 500 mil, mas no total já identificado os golpes superam R$ 1 milhão. Os investigadores estimam, porém, que o valor real seja muito maior, já que cinco integrantes movimentaram cerca de R$ 8 milhões em créditos suspeitos em menos de dois anos.
O esquema contava com divisão de funções: havia núcleos de falsificação de documentos, de recrutamento de “laranjas” e de constituição de empresas fictícias, além de pessoas ligadas ao líder, responsáveis por ocultar bens e resguardar o patrimônio obtido com as fraudes. Embora se apresentasse como construtor, o chefe da ORCRIM tinha como principal atividade a prática de golpes contra idosos e instituições financeiras.
Além dos crimes de estelionato, lavagem de dinheiro e organização criminosa, as investigações revelaram que o grupo mantinha um braço violento, ligado a execuções de pessoas que contrariavam o líder. Há indícios de envolvimento na morte de uma mulher em Marechal Deodoro, usada como “laranja”, e de planos para assassinar a ex-esposa do chefe da quadrilha. O caso foi encaminhado também à Delegacia de Homicídios para aprofundar as apurações.