Às vésperas do início do julgamento sobre a tentativa de golpe de Estado, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, afirmou nesta segunda-feira (1º) que acredita no fim da influência do radicalismo no cenário político brasileiro. “Acho que em breve nós vamos empurrar o extremismo para a margem da história e teremos uma política em que estarão presentes conservadores, liberais, progressistas, como a vida deve ser”, declarou o ministro, após palestra no Rio de Janeiro.
Barroso ressaltou que a democracia pressupõe o respeito às regras do jogo, independentemente do resultado eleitoral. “Na democracia a regra é quem ganha leva, quem perde não fica despojado dos seus direitos e pode concorrer. Essa ideia de quem perdeu tenta levar a bola para casa ou mudar as regras é um passado que precisamos enterrar”, completou.
Embora tenha se manifestado sobre o tema, Barroso não fará parte do julgamento, que será conduzido pela Primeira Turma do STF. Entre os réus do processo estão o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-ministros, militares da ativa e da reserva, acusados de crimes como tentativa de golpe de Estado, organização criminosa armada e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
A ação penal também inclui acusações de dano qualificado contra o patrimônio da União e deterioração de bens tombados. O julgamento será um dos mais relevantes da história recente do Supremo, com potencial de definir novos rumos para a responsabilização de autoridades envolvidas em ataques à democracia.