O ministro Alexandre de Moraes, relator da ação que investiga a tentativa de golpe de Estado, será o primeiro a votar no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros réus do chamado “núcleo 1” da trama golpista. A manifestação do ministro está prevista para a próxima terça-feira (9), quando a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) retoma a análise do caso. O voto de Moraes deve durar cerca de três horas, dividido entre as preliminares levantadas pelas defesas e o mérito da ação.
Na primeira parte, o ministro deve afastar pedidos apresentados pelas defesas, como questionamentos sobre a competência do STF para julgar o processo, o acesso integral aos autos e a validade da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Superada essa etapa, Moraes deverá avançar para a análise do mérito, cruzando as provas obtidas e relacionando-as à conduta de cada acusado.
A expectativa é que o relator faça um voto detalhado, apontando autoria e materialidade dos crimes atribuídos ao grupo, além de reforçar a defesa da soberania nacional e da independência do Judiciário, em meio a críticas externas ao andamento da ação. Ainda não está claro se Moraes já indicará as penas sugeridas para os réus ou se a dosimetria será feita em momento posterior.
Após o relator, os ministros Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin devem se pronunciar, em sessões previstas até a sexta-feira (12). Nos bastidores, há expectativa de que a maioria dos votos caminhe pela condenação dos acusados.