A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta quinta-feira que deve solicitar prisão domiciliar após o término do julgamento na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-presidente responde a acusações de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, deterioração de patrimônio tombado e participação em organização criminosa.
O advogado Paulo Bueno afirmou, ao chegar ao STF, que a situação de saúde de Bolsonaro é delicada e que isso pode ser levado em consideração no pedido: “Não vou antecipar nada disso, mas evidentemente. O presidente Bolsonaro tem uma situação de saúde muito delicada. Não vou antecipar o que acontecerá ou não, mas isso pode ser levado à mesa, sim”.
Bueno destacou ainda que o voto do ministro Luiz Fux “pavimenta” recursos para as Cortes Internacionais: “Com certeza isso pavimenta ações nas Cortes Internacionais. São teses muito caras, importantíssimas, que tratam da violação a direitos humanos”.
O julgamento será retomado nesta quinta-feira, a partir das 14h, com o voto da ministra Cármen Lúcia, seguido pelo ministro Cristiano Zanin, presidente do colegiado. A expectativa é de um voto “lapidar” de Cármen Lúcia, em contraponto ao posicionamento de Fux, que afirmou na quarta-feira não ter identificado tentativa de golpe nos atos praticados pelo ex-presidente e outros réus do núcleo central da trama golpista.