De acordo com a PF e a Controladoria-Geral da União (CGU), o esquema funcionava por meio de entidades que falsificavam assinaturas de aposentados e pensionistas para autorizar descontos mensais, sem consentimento dos beneficiários. As associações, muitas de fachada, eram presididas por pessoas vulneráveis, como idosos e trabalhadores de baixa renda. A investigação aponta ainda o pagamento de propina a servidores do INSS para facilitar o acesso a dados e viabilizar os débitos ilegais diretamente nos contracheques.
A apuração ganhou força no Congresso. No início de setembro, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS aprovou, por unanimidade, o pedido de prisão preventiva e quebra de sigilo de Antunes e Camisotti. O relator Alfredo Gaspar (União-AL) justificou a medida pela gravidade dos desvios, avaliados em bilhões de reais. A decisão foi encaminhada à PF, que recebeu o aval da Justiça para efetivar as prisões e avançar nas diligências.