O ministro Luís Roberto Barroso, prestes a deixar a presidência do Supremo Tribunal Federal (STF) para dar lugar a Edson Fachin, afirmou ser “inaceitável” discutir anistia para Jair Bolsonaro logo após o julgamento do ex-presidente. Em entrevista, Barroso ressaltou que qualquer medida de perdão colocaria em risco a credibilidade das instituições e a confiança da sociedade na Justiça.
Na conversa, Barroso também comentou diálogos mantidos com Bolsonaro e a repercussão de episódios ocorridos durante a pandemia da Covid-19. Segundo ele, falas do então presidente, interpretadas como insensibilidade diante do sofrimento de famílias, afastaram principalmente o eleitorado feminino. Esse desgaste, destacou, foi um dos fatores que motivou aliados a defenderem uma mulher como vice na eleição de 2026.
O ministro ainda lembrou seu voto que, à época, levou Lula à prisão, ressaltando que o episódio não impediu uma reaproximação institucional entre ambos nos últimos anos. Para Barroso, a democracia exige convivência civilizada mesmo entre adversários políticos.
Com a transição na presidência do STF, Edson Fachin assumirá a condução da Corte em um momento marcado por debates sobre o papel do Judiciário na política e pela expectativa de novos embates envolvendo o futuro de Bolsonaro.



