O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), tem se movimentado para preservar o espaço do Centrão dentro do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Após a Caixa Econômica Federal destituir dois nomes ligados ao bloco político, Lira telefonou para a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, pedindo cautela nas mudanças e defendendo que “algumas relações ainda podem ser reconstruídas” entre o Planalto e o Congresso.
A ligação ocorre em meio a um momento delicado na articulação política do governo, que tenta medir o apoio que ainda tem no Parlamento depois de ser derrotado na Câmara com a retirada de pauta da Medida Provisória alternativa ao aumento do IOF. A tensão aumentou após a decisão da Caixa, instituição onde o Centrão mantém forte influência desde o início do atual mandato.
Nessa segunda-feira (13), Gleisi recebeu o presidente da Caixa, Carlos Vieira, indicado ao cargo por Lira em 2023, para discutir o futuro da estatal. Segundo interlocutores, a ministra afirmou que pretende mantê-lo no comando, mas também tratou da lista de cortes e possíveis substituições.
A interlocução de Lira com o Planalto tem sido estratégica para manter a harmonia política. O deputado, inclusive, foi peça-chave na aprovação do projeto de lei que isenta de Imposto de Renda trabalhadores que ganham até R$ 5 mil, uma das principais pautas do governo Lula.