Em sessão, o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), criticou o professor e mestre em direito, Luigi Ferrajoli, que afirmou não aprovar o voto dele para absolver Jair Bolsonaro (PL) na ação sobre trama golpista, julgada na Primeira Turma da Corte.
Fux ainda afirmou que o resultado do julgamento foi tomado rapidamento pela necessidade de resposta, mas foi movido por “brumas da paixão que se dissiparão com o tempo”. “O tempo, esse hábito silencioso e implacável, tem o dom de dissipar as brumas da paixão, revelar os contornos mais íntimos da verdade e expor os pontos que, conquanto movidos pelas melhores intenções, redundaram em injustiça, no meu modo de ver e com a devida vênia”, afirmou o ministro.
Sem citar nomes, Fux leu trecho de entrevista do jurista e professor italiano Luigi Ferrajoli, considerado o pai do garantismo penal, e afirmou que o teórico não conhece a realidade brasileira. O teórico chegou a ser um dos teóricos citados por Fux em seu voto no julgamento.
Ainda completou em sua fala antes do voto: “Eu, com quase cinco décadas de magistério, e sendo professor, considero lamentável que a seriedade acadêmica tenha sido deixada de lado por um rasgo de militância política. As ideias que apliquei permanecem inteiramente hígidas, e aplicáveis a estes autos”.