O presidente da Argentina, Javier Milei, comemorou neste domingo (27) a expressiva vitória de seu partido, Liberdade Avança (LLA), nas eleições legislativas de meio de mandato. O pleito, considerado decisivo para o futuro do governo ultraliberal, ocorreu em meio a um cenário de instabilidade econômica e cambial. Segundo apuração oficial, o LLA conquistou mais de 40% dos votos em todo o país, resultado que amplia a base de apoio parlamentar do presidente.
Durante o discurso da vitória, Milei classificou o dia como “histórico” e afirmou que a Argentina “deixou a decadência para trás”. Ele agradeceu aos eleitores por apoiarem o projeto de liberdade econômica e citou sua irmã, Karina Milei, secretária-geral da Presidência e alvo de denúncias de corrupção, e o estrategista político Santiago Caputo como “gigantes” de sua campanha. “Hoje começa a construção de uma grande Argentina”, declarou o presidente, em meio a gritos de apoio de milhares de correligionários reunidos em Buenos Aires.
Com o novo resultado, o Liberdade Avança, que antes contava com apenas 37 dos 257 deputados e seis dos 72 senadores, passa a ocupar posição de destaque no Congresso, reduzindo a força da oposição peronista. A sigla venceu em 16 dos 24 distritos eleitorais, com destaque para Mendoza, Entre Ríos e San Luis, onde superou 50% dos votos. Além disso, a ministra da Segurança, Patricia Bullrich, foi eleita senadora pelo LLA, consolidando o avanço da legenda.
A eleição registrou participação de 67,92% dos eleitores, com abstenção de pouco mais de 32%. Embora o número represente uma leve queda em relação à média histórica argentina, tradicionalmente acima de 70% , o pleito foi visto como um referendo popular ao governo Milei. Com a vitória, o presidente ganha fôlego político para tentar implementar seu ambicioso programa de reformas e aprofundar a agenda econômica liberal defendida desde sua posse.



