O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, negou, nessa terça-feira (4/11), o pedido do ex-assessor de Jair Bolsonaro (PL), Marcelo Câmara, para comparecer à formatura da filha, em Maceió, entre os dias 10 e 15 de novembro deste ano. Câmara está preso desde 18 de junho, acusado de tentar obstruir a Justiça ao buscar informações sobre a delação premiada do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, ainda na fase de investigação da Polícia Federal (PF) e da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Na decisão, Moraes afirmou que o pedido é “incompatível” com as razões que motivaram a prisão preventiva de Câmara. O ministro destacou que a autorização para a saída temporária carece de viabilidade, considerando o risco representado pelo ex-assessor no contexto das investigações. A Procuradoria-Geral da República já havia se manifestado contra o pedido, reforçando que a medida poderia comprometer o andamento do processo.
Por outro lado, o ministro do STF autorizou que Marcelo Câmara receba visitas de três pessoas, entre elas o tricampeão mundial de Fórmula 1, Nelson Piquet. As visitas deverão ocorrer conforme os critérios do Batalhão de Polícia do Exército de Brasília, onde o ex-assessor se encontra detido.
Marcelo Câmara é réu na investigação que apura a suposta trama golpista e integra o chamado núcleo 2 da denúncia apresentada pela PGR. Ele é acusado de participar do monitoramento de autoridades, entre elas Moraes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), após as eleições de 2022. O julgamento do núcleo 2 está marcado para os dias 9, 10, 16 e 17 de dezembro, na Primeira Turma do STF.



