O governo do Distrito Federal iniciou o mapeamento de áreas no Complexo Penitenciário da Papuda para uma eventual custódia do ex-presidente Jair Bolsonaro. Três locais isolados foram identificados como opções para o cumprimento da pena de 27 anos e três meses de prisão, determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no caso do plano golpista de 8 de janeiro. A medida busca garantir a integridade física de Bolsonaro e evitar contato com outros detentos, em um esquema de segurança reforçado.
De acordo com informações do jornal O Globo, a Secretaria de Administração Penitenciária (Seape) enviou ao STF um comunicado solicitando a realização de uma avaliação médica no ex-presidente, com o objetivo de verificar se o sistema prisional da capital tem condições de atendê-lo. O histórico de cirurgias abdominais e complicações de saúde de Bolsonaro levanta preocupações sobre deslocamentos a hospitais, o que exigiria operações de escolta complexas e alto custo logístico.
Fontes do governo do DF relataram que, ainda em outubro, uma equipe ligada ao gabinete do ministro Alexandre de Moraes inspecionou alas da Papuda, avaliando condições de segurança e isolamento. Apesar das movimentações, o gabinete de Moraes não comentou o caso. A gestão de Ibaneis Rocha segue responsável pelo planejamento da infraestrutura e das medidas de segurança interna em caso de encarceramento.
A defesa de Bolsonaro, por sua vez, insiste que o estado de saúde do ex-presidente justifica o cumprimento da pena em casa, em Brasília, argumento semelhante ao aceito pelo STF no caso do também ex-presidente Fernando Collor. No entanto, parte dos ministros da Corte avalia que uma cela especial na Superintendência da Polícia Federal seria a alternativa mais segura, evitando riscos de mobilização e novos embates políticos em torno da prisão.



