Durante sua posse como conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), nesta sexta-feira (7), Wagner Rosário se emocionou ao relembrar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a quem serviu como ministro da Controladoria-Geral da União. Indicado ao cargo pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), Rosário chorou durante o discurso e precisou interromper a fala ao mencionar o ex-chefe, que cumpre prisão domiciliar após ser condenado a 27 anos por tentativa de golpe de Estado.
“Flávio, faço uma homenagem ao seu pai, que me permitiu dar continuidade ao meu trabalho como controlador-geral. Gostaria de contar hoje com a presença dele nesse auditório. Mas eu confio muito nas instituições brasileiras e sei que em breve estará conosco”, disse Rosário, dirigindo-se ao senador Flávio Bolsonaro (PL), que também se emocionou ao lado de Tarcísio. O governador afirmou, logo depois, que “Bolsonaro está presente espiritualmente” e agradeceu ao ex-presidente “por tudo o que fez”.
A solenidade contou ainda com uma oração conduzida pelo ministro do STF, André Mendonça, que é pastor evangélico, seguida de uma prece católica. Apesar do clima de emoção, a nomeação de Rosário gerou críticas da oposição na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), que tentou barrar a indicação devido ao envolvimento do novo conselheiro em uma reunião ministerial investigada pela Polícia Federal no inquérito do golpe. Ainda assim, Rosário foi aprovado com 59 votos favoráveis e 16 contrários.
A escolha de Rosário marcou a primeira vez, durante o governo Tarcísio, que o PT se posicionou contra uma indicação ao TCE. O novo conselheiro assume a vaga deixada por Antonio Roque Citadini, aposentado em agosto, e reforça a influência bolsonarista na cúpula das instituições paulistas.



