O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), criticou duramente a escolha do secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, como relator do Projeto de Lei Antifacção, proposta elaborada pelo governo Lula e pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski. Em vídeo publicado nas redes sociais, o petista classificou a decisão do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), como “um desrespeito ao presidente Lula e ao governo federal”.
Segundo Lindbergh, a nomeação de Derrite, pré-candidato ao Senado, teria motivações políticas. “A colocação do nome do Derrite é querer colocar uma política partidária, a disputa eleitoral de 2026, à frente de um debate que era pra ser técnico, sobre como resolver os problemas no combate à criminalidade”, afirmou o parlamentar. Ele também disse que a escolha “beira a provocação” e pode atrapalhar a tramitação da pauta prioritária do governo na área de segurança pública.
O deputado argumentou ainda que Derrite poderá usar o cargo de relator como “plataforma eleitoral” para atacar o governo federal. “As posições do Derrite são completamente diferentes das nossas. O que a gente quer é investigação, Receita Federal, Polícia Federal, pra desmantelar o andar de cima do crime”, declarou.
O Projeto de Lei Antifacção é uma das principais apostas do governo Lula para endurecer o combate ao crime organizado no país. A escolha do relator, entretanto, ampliou o embate entre a base governista e o grupo político ligado a Bolsonaro, acirrando o clima no Congresso Nacional.



