O deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ) se pronunciou de forma contundente sobre a megaoperação policial nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, que deixou mais de 120 mortos. Em entrevista ao colunista Paulo Cappelli, o parlamentar afirmou que a ação foi marcada por execuções e que muitos dos mortos eram inocentes, entre eles filhos de fiéis da sua igreja.
Conhecido por integrar a ala evangélica da direita, Otoni surpreendeu ao criticar com dureza o governo estadual e a forma como a operação foi conduzida. A postura lhe rendeu o apelido de “pastor comunista”, após aparecer ao lado de deputados de esquerda durante visita às comunidades atingidas. “Bom policial não executa, trabalha de acordo com a lei”, afirmou.
O deputado também comentou sua reaproximação com o ministro Alexandre de Moraes, após embates anteriores, e disse que o diálogo foi essencial para reduzir tensões e buscar equilíbrio institucional.
Sobre as eleições de 2026, Otoni declarou acreditar em uma renovação da direita, mais próxima das comunidades e com maior sensibilidade social. “Precisamos de uma direita que vá além do discurso punitivista e olhe para as pessoas”, concluiu.



