A advogada e fundadora da Associação Ame, Júlia Nunes, se pronunciou nesta segunda-feira (17) sobre o caso da médica Nádia Tamires, presa em flagrante acusada de assassinar o ex-companheiro. Segundo a médica, o disparo ocorreu por medo de ser morta, alegando que vivia sob ameaças e acreditou estar diante de uma emboscada no momento do crime.
Júlia destacou que, embora ainda não conheça o processo, está à disposição e reconhece que a médica está bem assistida juridicamente. “Se essa história for toda verdade, que a filha dela foi vítima de violência sexual, ela tem meu apoio e meus aplausos. Só quem sobrevive a violência, principalmente sexual, sabe os danos que ela causa. Uma criança de dois anos não merece ser tocada. Uma mãe que defende seu filho e, se isso aconteceu, estarei do lado dela no que ela precisar faz o que muitas não conseguem”, afirmou.
O caso, segundo a médica, começou há um ano e meio, quando ela denunciou o ex-marido por abuso de vulnerável contra a filha do casal. Ela relatou que funcionários da casa e a escola identificaram sinais suspeitos, e que o inquérito concluiu por indícios de abuso, sendo encaminhado à 1ª Vara de Arapiraca. No entanto, o ex-companheiro não foi preso e o juiz não teria acessado arquivos anexados em formato de link.
A médica ainda afirmou que recebeu medida protetiva devido a ameaças envolvendo um primo do ex-marido, descrito como ex-presidiário. Na semana passada, ele teria sido visto próximo ao posto de saúde onde ela trabalhava, fugindo após apresentar um documento falso quando a Patrulha Maria da Penha foi acionada.



