Há exatos 365 dias terminava a investigação da PF (Polícia Federal) que descortinou um plano de golpe de Estado no Brasil após as eleições presidenciais de 2022. Em 21 de novembro de 2024, a PF indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como líder de uma organização criminosa e mais 36 pessoas do seu antigo governo.
O relatório final foi encaminhado ao STF (Supremo Tribunal Federal) com os nomes dos ex-ministros Anderson Torres (Justiça), Augusto Heleno (GSI), Paulo Sérgio Nogueira (Defesa) e Braga Netto (Casa Civil); o ex-diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ); e o ex-assessor de Bolsonaro Marcelo Câmara.
O ex-ajudante de ordens do ex-presidente, tenente-coronel Mauro Cid, também foi indiciado. O militar foi colaborador na investigação e passou informações à PF sobre o período pré e pós eleitoral, com documentos e mensagens de seu celular.
O inquérito concluído abrangeu o envolvimento nos atos de 8 de janeiro, tramas golpistas durante as eleições presidenciais de 2022, bem como o plano para assassinar o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o então vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do STF Alexandre de Moraes. Tudo em um contexto de abolição de Estado Democrático de Direito.
Em 11 de setembro deste ano, o STF condenou Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão em regime fechado por cinco crimes. O processo o apontou como “líder de uma organização criminosa” que tinha o objetivo de mantê-lo no poder. Nesta semana, após um ano do indiciamento, Bolsonaro está na fase final de recursos no STF. Após o fim dessa etapa, a indicação é pelo trânsito em julgado com a execução da pena. Ainda não há definição de onde Bolsonaro pode cumprir a prisão em Brasília.


