A Prefeitura de Tanque d’Arca, município alagoano com menos de 6 mil habitantes, firmou dois contratos que evidenciam contrastes nos gastos públicos. O contrato nº 2763/2025, com a empresa Cicera Alves da Silva Atellier Veste Bem ME, destina R$ 62 mil para a confecção de fardamento e acessórios da banda fanfarra, com vigência até 31 de dezembro de 2025.
Já o contrato nº 2790/2025, assinado com a Vida Oxigênio Ltda., prevê R$ 22.725,00 para o fornecimento de recargas de oxigênio medicinal por 12 meses, valor significativamente menor que o destinado ao fardamento da fanfarra. Assim, o gasto com vestuário e acessórios supera em quase três vezes o montante aplicado em um insumo essencial para a saúde. A adesão aos contratatos não diz, necessariamente, que o montante será gasto por inteiro, ele abre um precedente para a utilização deste valor.
O município é administrado por Didi Lopes (MDB), natural de Palmeira dos Índios (AL). Ele foi eleito prefeito com 2.326 votos, equivalente a 50,71% dos votos válidos, contra os 2.261 votos (49,29%) da adversária Adriana Wanderley (Republicanos), segundo dados do TSE. Didi declarou patrimônio de R$ 30 mil ao Tribunal Superior Eleitoral.
Uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) alega que o ex-prefeito Will Valença teria usado a máquina pública para favorecer a candidatura de Didi e do vice Jean. O processo pede a cassação da chapa e a inelegibilidade dos envolvidos, além da retirada de publicações consideradas irregulares e a proibição de novas divulgações.



