Uma força-tarefa contra sonegação fiscal e lavagem de dinheiro apreendeu mais de R$ 2 milhões em espécie e oito sacos com esmeraldas durante a Operação Poço de Lobato, deflagrada nesta quinta-feira (27) contra o Grupo Refit. As apreensões ocorreram em endereços na capital paulista e em uma empresa localizada em Campinas. Cada pacote de pedras preciosas foi avaliado em cerca de R$ 11 mil.
Segundo a Receita Federal, o grupo movimentou mais de R$ 70 bilhões em apenas um ano, usando uma complexa rede de empresas, fundos de investimento e offshores em paraísos fiscais para ocultar lucros. A Refit também é apontada como a maior devedora de impostos do Brasil, com uma sonegação estimada em cerca de R$ 26 bilhões, além de ser a maior devedora de ICMS de São Paulo e a segunda do Rio de Janeiro.
As investigações indicam que a fraude começava na importação irregular de combustíveis, quando a gasolina era declarada como outros derivados com impostos menores. Entre 2020 e 2025, mais de R$ 32 bilhões em combustíveis foram importados pelos investigados. O dinheiro obtido ilegalmente era lavado por meio de imóveis, empresas e dezenas de fundos de investimento, muitos em paraísos fiscais como o estado americano de Delaware.
Em outra fase da investigação, quatro navios com 180 milhões de litros de combustível foram retidos e a Agência Nacional do Petróleo interditou a refinaria por irregularidades como uso de aditivos não autorizados, ausência de comprovação do refino e importações com declarações falsas. Apesar de uma breve reabertura autorizada pela Justiça do Rio, o Superior Tribunal de Justiça determinou nova interdição da empresa.
A operação é coordenada pelo Cira-SP e envolve Receita Federal, Ministério Público, secretarias da Fazenda e as polícias. O grupo é comandado pelo empresário Ricardo Magro. Até a última atualização, a defesa não havia se manifestado.


