A ministra Cármen Lúcia, do STF (Supremo Tribunal Federal), saiu em defesa da democracia durante uma conferência literária no Rio de Janeiro. No evento, ela ressaltou que se tivesse ocorrido um golpe concretizado no país, ela estaria presa e “não poderia nem estar aqui julgando”.
“Outro dia alguém me perguntava por que julgar uma tentativa de golpe, se foi apenas tentativa. Meu filho, se tivessem dado golpe, eu estava na prisão, não poderia nem estar aqui julgando”, afirmou a ministra em discurso no evento da FliRui (1ª Festa Literária da Fundação Casa de Rui Barbosa), no Rio de Janeiro.
Nesses julgamentos que estamos fazendo no curso deste ano, havia documentado em palavras, por exemplo, a tentativa de “neutralizar” alguns ministros de Supremo. Portanto, estava em palavras, as ordens eram dadas em palavras. A mesma coisa é a sentença, ela vem em palavras. Nós nos comunicamos pela palavra. A palavra traduz a alma de uma pessoa”, falou a ministra.
A declaração ocorre alguns dias após a Suprema Corte determinar o início da execução das penas impostas aos réus do núcleo 1, grupo crucial, da trama golpista. Entre os condenados deste grupo, está o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que vai cumprir 27 anos e 3 meses de detenção em regime fechado. Ele ficará preso na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília.



