A direção nacional do Partido Liberal (PL) suspendeu oficialmente o apoio ao ex-ministro Ciro Gomes (PSDB) na disputa pelo governo do Ceará. A decisão, anunciada nesta terça-feira (2), ocorre após um conflito interno, que rapidamente ganhou as redes sociais, envolvendo Michelle Bolsonaro e os filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro. A ex-primeira-dama criticou publicamente a articulação feita por aliados no Ceará, especialmente pelo deputado federal André Fernandes (PL-CE), que buscava uma aliança com Ciro.
O embate gerou reação imediata de Flávio, Eduardo e Carlos Bolsonaro, que saíram em defesa de Fernandes e criticaram Michelle. Eduardo afirmou que o deputado “não poderia ser criticado por obedecer o líder”, apontando divergências abertas dentro da própria família Bolsonaro. Diante da tensão, o PL determinou também uma varredura em todos os acordos políticos firmados por Jair Bolsonaro desde que foi colocado em prisão domiciliar, buscando esclarecer cada negociação feita em seu nome.
A crise interna levou à convocação de uma reunião com a cúpula partidária, da qual participaram Flávio Bolsonaro, André Fernandes, o presidente do PL Valdemar Costa Neto e o secretário-geral Rogério Marinho. Ao final do encontro, Fernandes anunciou a paralisação das negociações no Ceará, reforçando que a composição estadual será revista e definida somente com aval direto da direção nacional. Ele destacou que Bolsonaro, Valdemar, Flávio e Marinho estavam cientes das conversas com Ciro, mas Michelle não havia sido informada.
“Acato a ordem do diretório nacional”, afirmou o deputado, que seguirá na liderança das articulações no estado. Fernandes acrescentou que o partido fará uma pausa para reavaliar a estratégia e discutir “um futuro melhor para o Ceará”.


