O BNDES informou que a TV Gazeta de Alagoas, controlada pela família do ex-presidente Fernando Collor, pode ter a falência decretada caso não regularize o pagamento da primeira parcela prevista no Plano de Recuperação Judicial. A parcela deveria ter sido quitada em outubro de 2025, mas, segundo o banco, não houve pagamento nem resposta da empresa aos contatos realizados após o vencimento. A emissora segue sem afiliação nacional desde o rompimento do contrato com a Globo, autorizado pelo STF em setembro.
Diante do descumprimento do plano, o BNDES apresentou à 10ª Vara da Justiça de Alagoas uma petição relatando o atraso. O banco destacou que a lei de recuperação judicial determina a decretação de falência quando a empresa não cumpre o pagamento aos credores, frisando que a decisão cabe ao Judiciário, não ao BNDES. O processo corre em segredo de justiça, e a Gazeta de Alagoas ainda não se pronunciou.
O rompimento do contrato com a Globo foi autorizado pelo então presidente do STF, Luís Roberto Barroso, que considerou a manutenção da afiliação uma “grave insegurança jurídica”, citando as condenações de Collor e do ex-diretor executivo Luís Amorim. Desde então, o conteúdo da Globo migrou para a nova afiliada TV Asa Branca, enquanto a Gazeta tenta firmar acordo com outra rede e mantém programação local ampliada, com transmissões no YouTube e no portal Gazetaweb.
A situação da emissora ocorre em meio a mudanças societárias feitas em outubro, quando Caroline Serejo, esposa de Collor, passou a deter parte das cotas e Fernando James, filho do ex-presidente, assumiu como administrador. A legislação proíbe que empresas de radiodifusão tenham sócios condenados por crimes como lavagem de dinheiro, infrações pelas quais Collor e Amorim foram condenados pelo STF em 2023.



