A articulação que coloca o secretário estadual Júlio Cezar como possível candidato a deputado federal em 2026 pelo PSD indica uma mudança relevante no tabuleiro político de Alagoas. Ex-prefeito de Palmeira dos Índios e atualmente integrante do primeiro escalão do governo estadual, ele surge como um nome competitivo dentro do partido comandado no estado pelo governador Paulo Dantas, ampliando a estratégia da sigla para fortalecer sua bancada na Câmara Federal.
Do ponto de vista legal, a eventual candidatura exige atenção aos prazos da legislação eleitoral. Pela Lei nº 9.504/1997 e pela Lei Complementar nº 64/1990 (Lei da Ficha Limpa), Júlio Cezar precisará se desincompatibilizar do cargo de secretário no prazo legal, em regra, seis meses antes do pleito, para evitar impedimentos ou questionamentos futuros sobre abuso de poder político ou uso da máquina administrativa.
A movimentação também altera o equilíbrio interno do PSD e da base governista. O deputado federal Marx Beltrão, que contava com o apoio político de Júlio Cezar para a eleição de 2026, passa a enfrentar um novo cenário, com possível disputa direta por espaço eleitoral. Esse reposicionamento evidencia que alianças não são estáticas e que decisões estratégicas podem redesenhar chapas proporcionais de forma abrupta.
Nos bastidores, a possível candidatura é interpretada como um gesto de alinhamento definitivo de Júlio Cezar ao governador Paulo Dantas. A estratégia atende ao interesse do Palácio República dos Palmares de ampliar a força do PSD no Congresso Nacional, garantindo maior peso político em votações federais e no acesso a emendas parlamentares, instrumento central para a sustentação administrativa dos municípios aliados.



