A um ano das eleições gerais, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a oposição se preparam para uma batalha decisiva pelo controle do Senado Federal. Em 2026, estarão em jogo 54 das 81 cadeiras da Casa, duas por unidade da federação, o que representa dois terços do total. A nova composição será determinante para o equilíbrio político em Brasília, já que cabe ao Senado aprovar indicações ao Supremo Tribunal Federal (STF), validar emendas constitucionais e analisar eventuais processos de impeachment.
No Rio de Janeiro, a corrida eleitoral já começa a ganhar força. O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, defende a candidatura da deputada Benedita da Silva, que acumula 22 anos de mandato e foi integrante da Assembleia Constituinte de 1988. Por outro lado, o vice-presidente nacional do partido, Washington Quaquá, aposta no nome do cantor Neguinho da Beija-Flor, além de manifestar apoio a Alessandro Molon (PSB), que foi derrotado por Romário (PL) na disputa pelo Senado em 2022.
Em Minas Gerais, as articulações seguem intensas. Lula acredita que o senador Rodrigo Pacheco (PSD), atual presidente do Senado, pode concorrer ao governo mineiro, abrindo espaço para uma nova aliança local. O nome mais cotado pelo PT é o da prefeita de Contagem, Marília Campos, que conta com bom desempenho administrativo e visibilidade no estado.
Em São Paulo, o cenário ainda é incerto para a esquerda. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), o deputado Guilherme Boulos (PSOL) e o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo (PT) avaliam as chances e riscos de uma candidatura. O PT também considera lançar Gleisi Hoffmann, ministra das Relações Institucionais, no Paraná, e Paulo Pimenta, ministro da Secretaria de Comunicação, no Rio Grande do Sul. Apesar de rumores sobre um possível apoio a Eduardo Leite, petistas avaliam que o ex-tucano, hoje no PSD, deve se tornar um dos principais adversários do governo no estado.