O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), só conseguiu abrir a sessão da noite desta quarta-feira (6) após forte resistência de parlamentares bolsonaristas, que tentaram impedir o início dos trabalhos bloqueando o acesso à mesa diretora. A crise interna levou líderes do Centrão e da oposição a recorrerem ao ex-presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), que articulou uma saída para o impasse.
Motta chegou ao plenário por volta das 22h15, mas levou cerca de cinco minutos para conseguir se aproximar da cadeira da presidência. Deputados aliados atuaram para convencer os manifestantes a deixarem o espaço livre, permitindo que o presidente da Casa assumisse o posto e desse início à sessão.
A reunião, no entanto, foi aberta sem que nenhuma proposta fosse votada. A mobilização dos bolsonaristas, vista como uma “greve parlamentar”, teve como objetivo dificultar o avanço de pautas contrárias aos interesses do grupo.
Ao iniciar os trabalhos, Motta criticou o clima de instabilidade, mas evitou falar em punições. “Vivemos uma série de acontecimentos recentes que geraram um sentimento de ebulição nesta Casa. É justamente nesses momentos que não podemos negociar nossa democracia”, afirmou.