Alex Leandro Bispo dos Santos, preso por agredir a mulher instantes antes de ela cair do 10º andar e morrer, já havia cumprido pena pelo sequestro de um sobrinho do deputado Eduardo Suplicy (PT). Ele recebeu R$ 12 milhões de Karina Pereira da Gama, produtora executiva da cinebiografia de Jair Bolsonaro, por meio de recursos provenientes de um contrato da prefeitura de São Paulo com o Instituto Conhecer Brasil (ICB), presidido por Karina. Documentos mostram as assinaturas de Alex, da vítima Maria Katiane Gomes da Silva, como testemunha, e de Karina.
Segundo o The Intercept, o ICB foi contratado em junho de 2023 por R$ 108 milhões para instalar e manter 5 mil pontos de wi-fi em áreas de baixa renda, em um edital com ao menos 20 irregularidades apontadas pelo Tribunal de Contas do Município. Apesar de a Prodam cobrar R$ 306 por ponto, a gestão Ricardo Nunes (MDB) aceitou pagar R$ 1.800 por instalação e outros R$ 1.800 mensais por manutenção.
A Favela Conectada, empresa de Alex Bispo, foi contratada como terceirizada para a manutenção do serviço, recebendo R$ 712 mensais por ponto. Em um dos repasses, a empresa recebeu 12 mensalidades referentes a 218 pontos instalados entre 22 e 28 de abril de 2025, apesar de o contrato vigorar só até 30 de junho, ou seja, o serviço funcionou por pouco mais de dois meses, mas foi pago como se tivesse operado por um ano.
Enquanto a prefeitura desembolsou R$ 2,7 milhões à ONG presidida pela produtora do filme de Bolsonaro apenas pela manutenção de 128 pontos, o serviço efetivamente entregue, no máximo três meses de internet, custou R$ 273 mil. No total, a Favela Conectada foi contratada para instalar 2.000 pontos.
Maceió, 11 de dezembro de 2025
