Por O GloboAliados do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) têm buscado alternativas para mantê-lo no mandato mesmo morando fora do país, após o fim oficial de sua licença neste domingo. Uma das apostas do grupo é emplacá-lo em uma secretaria estadual em governos aliados, como o de Jorginho Mello (PL), em Santa Catarina, ou o de Tarcísio de Freitas (Republicanos), em São Paulo.
O arranjo permitiria a Eduardo permanecer licenciado da Câmara com aval da Casa, mantendo o mandato. Segundo articuladores próximos aos governadores, há uma avaliação de que pode haver disposição para a acomodação, mas as conversas ainda estão em estágio inicial.
O governador que aceitasse nomeá-lo teria que justificar ao eleitorado o pagamento de um salário de secretário a um político que reside no exterior. No caso de Santa Catarina, onde Jorginho é um dos nomes mais alinhados ao bolsonarismo, a avaliação é de que o custo político seria menor.
Com a proximidade da eleição de 2026, contudo, o cálculo muda. Governadores de direita disputam o espólio de Jair Bolsonaro, e uma eventual ajuda a Eduardo poderia abrir caminho para o apoio do clã na sucessão presidencial. Nos bastidores, no entanto, integrantes dos governos de Ronaldo Caiado (União Brasil), em Goiás, e Romeu Zema (Novo), em Minas Gerais, demonstraram resistência à ideia.