O apoio ao projeto de lei da anistia segue cercado de incertezas, levando a base do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a contarem votos para tentar derrubar a proposta. Nesta segunda-feira (15), o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), também recontou o posicionamento dos deputados, pedindo à equipe legislativa um mapeamento por partido, ao qual o Metrópoles teve acesso.
Segundo a contagem de Sóstenes, o projeto teria 282 votos favoráveis. Para ser aprovado na Câmara, uma proposta precisa de maioria simples e quórum mínimo de 257 deputados. A base do governo, no entanto, passou a apostar na derrota da proposta, com a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, reunindo-se com líderes para tentar reduzir o apoio ao projeto que pode beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Hugo Motta tem se mantido próximo à ala governista, resistindo ao projeto por considerar que ele contamina o debate legislativo. O presidente da Câmara está sob pressão da oposição e do centrão, mas busca encerrar o assunto o mais rápido possível, segundo articuladores ouvidos pela reportagem.
O tema voltou à pauta nas semanas finais do julgamento de Bolsonaro na ação da trama golpista e foi reforçado pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Com a condenação do ex-presidente a 27 anos e 3 meses pelo STF, a oposição deve intensificar a pressão sobre Motta. Uma reunião de líderes foi convocada para a manhã desta terça-feira (16).