A Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagraram, nesta quinta-feira (13), uma nova fase da Operação Sem Desconto, que apura um esquema bilionário de descontos associativos não autorizados em benefícios de aposentados e pensionistas do INSS. Foram cumpridos 63 mandados de busca e apreensão, 10 de prisão preventiva e medidas cautelares em 14 estados e no Distrito Federal, sob determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).
Com os novos mandados, 18 pessoas já foram presas desde abril, entre políticos e empresários. Entre os alvos estão o ex-presidente do INSS Alessandro Stefanutto, que chefiou o órgão na gestão Lula, e o ex-ministro do Trabalho e Previdência José Carlos Oliveira, do governo Bolsonaro, que foi obrigado a usar tornozeleira eletrônica.
Os empresários Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “careca do INSS”, e Maurício Camisotti são apontados como figuras centrais do esquema. De acordo com as investigações, Antunes intermediava valores desviados de associações e sindicatos, repassando parte dos recursos a servidores do INSS e empresas ligadas a ele. A PF calcula que R$ 53,5 milhões tenham sido movimentados por pessoas e empresas associadas ao grupo.
O presidente da CPMI do INSS, senador Carlos Viana (Podemos-MG), celebrou a operação e afirmou que as prisões confirmam as denúncias feitas pela comissão. Segundo ele, o país enfrenta “um esquema criminoso, profissional e profundamente organizado que saqueou aposentados e pensionistas”. Viana assegurou ainda que a investigação seguirá avançando: “Não haverá acordão, nem proteção para criminosos, independentemente do cargo ou influência”.



