O rapper Oruam, uma das figuras mais controversas do trap nacional em 2025, segue juridicamente liberado para disputar qualquer eleição, apesar de acumular prisões, investigações e classificação como preso de “alta periculosidade”. Ele foi detido por dirigir com a habilitação suspensa, realizar manobras perigosas e posteriormente por abrigar um foragido da Justiça em sua casa. Além disso, responde a suspeitas de associação ao tráfico e outros delitos. Ainda assim, nenhuma de suas pendências se enquadra em restrições previstas pela legislação eleitoral.
O contraste se torna evidente quando comparado ao caso do empresário Luciano Hang, dono da Havan, que foi declarado inelegível até 2028 por abuso de poder econômico. Enquanto Hang é barrado por ter utilizado sua estrutura empresarial em benefício de candidatos nas eleições municipais de 2020, Oruam não responde a processos que tenham qualquer vínculo com o processo eleitoral. Na prática, o artista segue com direitos políticos intactos. Essa diferença expõe como tipos de infrações distintas levam a consequências completamente diferentes.
Segundo juristas, apenas condenações relacionadas a crimes eleitorais ou sentenças penais definitivas podem impedir uma candidatura. No caso de Oruam, os processos estão em fase de investigação ou não possuem relação com disputas políticas, o que mantém sua plena elegibilidade. A Justiça Eleitoral, portanto, não tem atuado diretamente sobre seu nome. Isso reforça a separação entre as esferas penal e eleitoral, mesmo nos casos de grande repercussão pública.
Enquanto isso, o debate nas redes sociais cresce à medida que a popularidade do artista contrasta com o avanço de suas investigações. A possibilidade de Oruam concorrer a um cargo público, mesmo após uma série de detenções, levanta questionamentos sobre a percepção social de responsabilidade e representatividade. Para especialistas, o caso evidencia como a lei mantém critérios objetivos — o que explica por que o rapper permanece elegível, enquanto Luciano Hang, envolvido em um processo tipicamente eleitoral, está oficialmente impedido de disputar as urnas.



