O Congresso Nacional aprovou o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2026 com um corte de quase R$ 500 milhões no orçamento das universidades federais. A redução atinge diretamente os recursos discricionários das instituições, destinados a despesas básicas como água, energia, bolsas acadêmicas, pesquisa e manutenção, segundo avaliação da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes).
De acordo com a entidade, o orçamento previsto inicialmente para as 69 universidades federais era de R$ 6,89 bilhões, mas o texto aprovado pelo Congresso na última sexta-feira (19) reduziu esse valor para cerca de R$ 6,43 bilhões. O corte totaliza R$ 488 milhões, o equivalente a uma diminuição de 7,05%, agravando um cenário que já era considerado crítico pelas reitorias.
Em Alagoas, a Universidade Federal de Alagoas (Ufal) também será impactada de forma significativa. Segundo a Associação dos Docentes da Ufal (Adufal), a instituição deve perder aproximadamente R$ 8,2 milhões em 2026, o que representa uma redução de 7,15% em relação ao valor previsto inicialmente no PLOA, que era de R$ 115,7 milhões.
A Adufal alerta que o corte compromete o funcionamento básico da universidade e ameaça despesas essenciais. A entidade destaca que as instituições federais enfrentam dificuldades recorrentes para manter contas básicas, financiar pesquisas e garantir bolsas estudantis, em um contexto de sucessivos contingenciamentos ao longo dos últimos anos.
Para o secretário-geral da Adufal, professor Jailton Lira, a aprovação do corte pelo Congresso é motivo de preocupação, mesmo com o texto ainda dependendo de sanção presidencial. Segundo ele, as universidades federais cumprem papel estratégico no desenvolvimento científico, social e econômico do país e precisam de recomposição orçamentária, não de novos cortes.


