As cenas que marcaram os atos da extrema-direita neste domingo, 7 de setembro, Dia da Independência do Brasil, foram um acinte à nação. Em diversas cidades do país, em meio a um mar de camisetas amarelas, um símbolo estrangeiro se destacou e causou perplexidade: a bandeira dos Estados Unidos da América. O ato, longe de ser um equívoco isolado, revela a essência de um movimento que, sob um falso pretexto de patriotismo, demonstra uma subserviência vergonhosa a interesses que em nada representam o povo brasileiro.
Para Cauê Castro, superintendente federal e uma voz ativa no campo progressista, a atitude é uma traição aos símbolos nacionais. “É uma vergonha para o país. No dia em que deveríamos celebrar nossa independência e nossa gente, vemos um grupo que se diz ‘patriota’ prestando vassalagem a uma bandeira que não é a nossa”, dispara Castro.
A presença da bandeira norte-americana não é um fenômeno novo nos atos da direita radical, mas sua ostentação no 7 de setembro carrega um simbolismo ainda mais grave. Analistas apontam que a prática foi intensificada durante o governo anterior, refletindo a submissão ideológica do ex-presidente Jair Bolsonaro a figuras como Donald Trump. A bandeira dos EUA tornou-se um ícone para essa parcela da direita, simbolizando um alinhamento automático com a agenda conservadora e o desprezo pelas instituições e pela cultura brasileiras.
“A contradição expõe a fragilidade do discurso “patriótico” da extrema-direita. O lema “Brasil acima de tudo” se esvai quando confrontado com a veneração a símbolos e líderes estrangeiros. O patriotismo genuíno se manifesta na defesa da soberania nacional, na valorização da cultura brasileira, na luta por um sistema de saúde e educação públicos e de qualidade para todos, e na defesa intransigente da nossa democracia”. Critica o superintendente.