A operação da Polícia Federal deflagrada nesta sexta-feira (18) contra Jair Bolsonaro (PL) marca a terceira vez, em menos de dez anos, que um ex-presidente da República é alvo direto da corporação. Antes dele, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Michel Temer (MDB) também enfrentaram ações da PF autorizadas pela Justiça, em contextos de forte repercussão política e jurídica.
Lula foi surpreendido em março de 2016 com uma condução coercitiva no âmbito da Lava-Jato, medida que gerou intenso debate jurídico e acabou proibida pelo STF. O petista seria preso dois anos depois, após condenação em segunda instância, decisão que também viria a ser revista pelo Supremo, levando à sua libertação em 2019. O caso se tornou emblemático por provocar mudanças no entendimento jurídico sobre prisões e direitos de defesa.
Michel Temer foi detido em março de 2019 por ordem do juiz Marcelo Bretas, acusado de corrupção em contratos ligados à Eletronuclear. A prisão duraria pouco: em maio do mesmo ano, o STJ substituiu o regime fechado por medidas cautelares. Bretas, por sua vez, seria mais tarde afastado e aposentado compulsoriamente pelo CNJ por irregularidades na condução da Lava-Jato no Rio de Janeiro.
Agora, Bolsonaro se junta à lista de ex-mandatários alvo da PF, consolidando um ciclo raro na história republicana recente, em que três presidentes enfrentaram ações policiais no pós-mandato.