O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem admitido a aliados que aceita a candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), à Presidência em 2026. Ele, no entanto, faz uma ressalva: caso esteja preso, exige que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro componha a chapa como vice. Na avaliação do ex-mandatário, o sobrenome da família é indispensável para mobilizar a base conservadora em torno de Tarcísio.
Nos bastidores, Bolsonaro tem dito que, se estiver em liberdade até agosto de 2026, não será necessária a presença da esposa na chapa. O gesto é visto como mais uma sinalização ao Centrão, de quem o ex-presidente depende em articulações políticas. Apesar disso, a composição enfrenta obstáculos: a resistência do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que atua de fora do país; a disputa interna no Centrão por espaço na vice; e o receio do próprio Tarcísio de restringir sua candidatura a um eleitorado já consolidado, sem ampliar bases em regiões como Nordeste e Minas Gerais.
Michelle, por sua vez, alterna sinais sobre entrar na disputa. Em setembro, chegou a afirmar ao jornal britânico The Telegraph que se levantaria “como uma leoa” para defender os valores conservadores, mas, dias depois, recuou em um evento do PL Mulher, dizendo que não pretende ser presidente, apenas primeira-dama. A indefinição reforça a percepção de que a decisão dependerá diretamente do cenário jurídico de Bolsonaro até o início oficial da campanha.
Tarcísio esteve com o ex-presidente em Brasília nesta semana, onde Bolsonaro cumpre prisão domiciliar após condenação a mais de 27 anos por tentativa de golpe. O governador reiterou que disputará a reeleição em São Paulo, mas segue sendo apontado por líderes do Centrão como o nome mais competitivo da direita contra Lula em 2026. Para manter as portas abertas, ele tem até abril do ano que vem para decidir se permanece no Palácio dos Bandeirantes ou entra de vez na corrida presidencial.



