Durante o segundo dia de julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros sete réus acusados de tentativa de golpe de Estado, a ministra Cármen Lúcia cobrou esclarecimentos da defesa do general e ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira. O episódio ocorreu após o advogado Andrew Farias afirmar que seu cliente teria atuado para “demover o presidente da república”, sem detalhar o que significava a expressão.
A ministra destacou que registrou cinco vezes a repetição do termo “demover” na sustentação oral e fez a pergunta direta: “Demover do quê?”. Cármen Lúcia frisou a contradição no argumento da defesa, já que até aquele momento os envolvidos negavam qualquer intenção golpista. “Até agora todo mundo diz que ninguém pensou nada”, afirmou.
Em resposta, Andrew Farias alegou que Paulo Sérgio Nogueira teria trabalhado para evitar “qualquer medida de exceção”, assegurando que há provas nos autos que confirmam essa atuação. O julgamento segue no Supremo Tribunal Federal, com novas manifestações previstas para os próximos dias.