Um casal formado por uma médica e um ex-procurador do INSS está no centro de uma investigação da CPMI da Previdência, após denúncias de que teria aumentado o patrimônio em R$ 18 milhões ao longo de oito anos de convivência. Segundo as apurações, os valores teriam origem em acordos irregulares firmados com associações ligadas a aposentados, que serviam de canal para o desvio de recursos públicos.
De acordo com informações apresentadas durante a sessão da comissão, o ex-procurador seria o principal articulador do esquema, utilizando a esposa, médica, como “laranja” em empresas registradas em seu nome. O dinheiro desviado passava por associações e era transferido para contas vinculadas às empresas da médica, o que, segundo os investigadores, configuraria lavagem de dinheiro.
A oitiva do casal, que ocorreu após uma sessão de quase 14 horas, foi marcada por momentos de tensão. A médica, que compareceu à CPMI em meio ao período de amamentação, afirmou estar sendo usada como bode expiatório e negou envolvimento direto nas irregularidades. Já o ex-procurador preferiu o silêncio em grande parte das perguntas feitas pelos parlamentares.
Integrantes da CPMI afirmaram que a investigação seguirá até o fim do ano e que não haverá interferência política para impedir o avanço das apurações. O objetivo, segundo os membros da comissão, é identificar quem participou do desvio, quanto foi roubado e onde está o dinheiro, reforçando o compromisso de dar transparência às denúncias que atingem o sistema previdenciário.
Maceió, 24 de outubro de 2025
