O ex-ministro e ex-governador Ciro Gomes (PDT) afirmou que não pretende mais disputar eleições e fez duras críticas à atual estrutura política do Ceará. Em entrevista divulgada nesta quarta-feira (29), Ciro declarou que “a vontade é de largar a mão disso” e que, embora esteja em “passo de saída”, ainda sente responsabilidade em denunciar o que chama de “corrupção e aparelhamento do poder” no estado.
Segundo Ciro, o Ceará vive uma “ditadura corrupta”, marcada pela “intrusão do poder no Judiciário, no Ministério Público e na imprensa”, além de uma “corrupção generalizada” e da “influência de facções criminosas na política local”. Ele citou casos envolvendo supostos vínculos entre políticos e o Comando Vermelho (CV), mencionando nomes de prefeitos e candidatos ligados a partidos como o PSB e o PT.
O pedetista também mencionou o caso de um candidato do município de Santa Quitéria, identificado como Braguinha, que teria sido preso por ligação com o Comando Vermelho CV. Segundo Ciro, o substituto dele nas eleições seria o próprio filho, também filiado ao PSB, partido presidido no Ceará por Eudoro Santana, pai do ministro da Educação, Camilo Santana (PT).
Ciro afirmou ainda que facções criminosas estariam “lavando dinheiro através de prefeituras” e citou o município de Icó, onde, segundo ele, haveria suspeita de lavagem de R$ 10 milhões em uma farmácia ligada a políticos locais. O ex-governador pediu que a imprensa investigue os casos mencionados. Até o momento, nem o PSB, nem o PT, nem os citados se manifestaram sobre as declarações.



