Representantes da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados se pronunciaram, nesta quarta-feira (29), sobre a megaoperação policial no Rio de Janeiro que já deixou 119 mortos. O presidente da comissão, deputado Reimont (PT/MG), repudiou “toda e qualquer violência” e defendeu que o enfrentamento às facções criminosas não pode justificar abusos cometidos pelo Estado.
“O governo do presidente Lula e nós, defensores de direitos humanos, repudiamos toda facção criminosa, mas não podemos deixar de relatar também a violência de Estado que acomete o povo do Rio de Janeiro”, afirmou Reimont. Ele anunciou que uma comitiva de parlamentares visitará a capital fluminense nesta quinta-feira (30) para dialogar com autoridades locais e acompanhar os desdobramentos da operação.
A deputada Talíria Petrone (PSOL/RJ) destacou a gravidade da ação, que já superou o massacre do Carandiru em número de mortos. “Nós vimos a cena de um pai que, ao recolher os corpos no alto da comunidade, encontrou o corpo do próprio filho. Ou nós olhamos para essa cena e entendemos o drama que precisa ser enfrentado, ou falhamos na nossa humanidade”, afirmou.
Talíria classificou o responsável pela operação como “incompetente, covarde e responsável pelas quase 200 mortes que aconteceram no Rio de Janeiro”. Para ela, o domínio de facções e milícias deve ser combatido por meio de uma força-tarefa planejada, e não com o que chamou de “banho de sangue” promovido pelas forças de segurança.



