Durante sabatina nesta quarta-feira (13) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, a indicada ao Supremo Tribunal Militar (STM), Verônica Abdalla Sterman, foi acusada pelo senador Carlos Portinho (PL-RJ) de mentir em seu currículo ao afirmar possuir título de mestre sem ter concluído a tese. Portinho afirmou que o caso não se tratava de um mestrado, mas de “um estudo de meio período, uma simples atividade acadêmica, como outra qualquer”.
Verônica respondeu que incluiu a informação em seu currículo por orientação de seu professor orientador, ressaltando que a pesquisa foi desenvolvida, mas sem a defesa da tese. Segundo ela, não houve intenção de induzir a erro e a menção foi feita de forma transparente durante sua trajetória acadêmica.
O senador Renan Calheiros (MDB-AL) reagiu às falas de Portinho, afirmando que não há exigência de título de mestre para ocupar o cargo no STM. “O que estamos avaliando aqui é o notório saber jurídico e suas capacidades. Em todos esses anos, eu nunca vi uma interpelação, sobretudo com uma mulher, da forma como o senador Portinho fez. Essa prática não é comum”, declarou.
O senador Fabiano Contarato (PT-ES) classificou a postura de Portinho como “sexista” e questionou se o mesmo tratamento seria dado a um homem. “Ela não agiu com má-fé. Tentar desqualificar essa candidata é irreal”, afirmou, citando a Constituição Federal como base para a igualdade de gênero.
Outros parlamentares também saíram em defesa de Verônica, entre eles a senadora Zenaide Maia (PSD-RN), que destacou o privilégio do Brasil em contar com mulheres capacitadas para cargos de relevância, inclusive a Presidência da República. Ela lembrou que, em muitos países, ainda é preciso qualificar mulheres para tais funções, reforçando a importância de valorizá-las no cenário nacional.