A condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de sete aliados pelos crimes de organização criminosa e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito elevou a tensão política, diplomática e econômica entre Brasil e Estados Unidos. Autoridades norte-americanas, incluindo o secretário de Estado Marco Rubio, membros do Departamento de Estado e parlamentares republicanos, criticaram a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) e ameaçaram novas sanções contra autoridades brasileiras, reforçando o clima de pressão sobre o país.
O Itamaraty rebateu as declarações, afirmando que o Brasil defenderá sua soberania e não se intimidará diante de tentativas de interferência externa. Apesar do tom duro de Rubio e de outros representantes do governo Trump, o presidente Donald Trump adotou postura mais contida, reconhecendo Bolsonaro como “bom presidente” e considerando surpreendente a condenação, sem mencionar sanções diretas.
Em paralelo, a possibilidade de futuras sanções e até pressões militares foi mencionada pela porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, enquanto Eduardo Bolsonaro comentou que o Brasil poderia enfrentar medidas semelhantes às aplicadas à Venezuela, incluindo uso de caças e navios de guerra, caso o “regime brasileiro” se consolide sem ampla participação da oposição. O parlamentar também alertou que todos os ministros da Primeira Turma do STF envolvidos na condenação podem ser alvo de sanções sob a Lei Magnitsky, como ocorreu anteriormente com o relator Alexandre de Moraes.