No mesmo dia em que o Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou o julgamento que pode levar à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado, a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) fez duras críticas ao ministro Alexandre de Moraes. Durante audiência no Senado nesta terça-feira (2), ela afirmou que um “magistrado tinha que ser preso hoje”, em referência a acusações de fraude processual levantadas pelo ex-chefe da Assessoria de Enfrentamento à Desinformação do TSE, Eduardo Tagliaferro.
Segundo Damares, provas usadas em investigações conduzidas por Moraes teriam sido forjadas. Ela alegou que buscas e prisões contra empresários bolsonaristas em 2022 foram realizadas com base em reportagens jornalísticas, e que a fundamentação jurídica só teria sido anexada dias depois, de forma retroativa. “Esse julgamento tem que ser interrompido hoje. Pessoas foram acusadas com provas falsas. Esse magistrado tinha que ser preso hoje”, declarou a senadora, ao acusar Moraes de violar direitos humanos.
A parlamentar também apelou ao presidente do STF, Luís Roberto Barroso, a quem chamou de “jurista sério”, para suspender a análise em curso na Corte. Em seguida, cobrou uma reação do Senado diante das acusações. “Que tipo de Senado seremos se não reagirmos diante de tudo isso?”, questionou Damares, mirando o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP).
Enquanto isso, no STF, a Primeira Turma deu início ao julgamento da ação penal contra Bolsonaro e sete aliados próximos, acusados de crimes como golpe de Estado e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. O processo, que pode resultar em até 43 anos de prisão para o ex-presidente, deve se estender até o dia 12 de setembro.