O rapper Oruam, filho de Márcio dos Santos Nepomuceno, o traficante conhecido como “Marcinho VP”, pode se tornar um dos alvos do PL Antifacção, proposta do governo Lula que busca endurecer o combate ao crime organizado. Nesta terça-feira (11), durante as discussões sobre o projeto na Câmara dos Deputados, o deputado Kim Kataguiri (União-SP) apresentou uma emenda que propõe criminalizar a apologia pública a facções criminosas, inclusive em manifestações artísticas.
A sugestão ficou conhecida como “Lei Anti-Oruam”, em referência ao cantor. De acordo com Kataguiri, o objetivo é impedir que obras musicais, videoclipes ou eventos sirvam como meios de exaltação à criminalidade. “O crime organizado contemporâneo utiliza a comunicação e a cultura como instrumentos de influência social e recrutamento, explorando a vulnerabilidade de jovens e comunidades”, justificou o parlamentar na proposta.
O deputado argumenta ainda que casos recentes mostram o uso de produtos culturais para glorificar a violência, o tráfico de drogas e a vida criminosa. O MBL, movimento do qual Kataguiri é um dos líderes, tem um histórico de críticas às músicas de Oruam, acusando o rapper de promover o Comando Vermelho em suas letras.
A proposta ainda será analisada pela Câmara e pode gerar intenso debate sobre os limites entre liberdade artística e apologia ao crime, um tema que volta a dividir opiniões no cenário político e cultural brasileiro.


