Na última semana, o Agora Alagoas obteve com exclusividade o depoimento da vítima maceioense, que vive um drama desde o término do relacionamento com Luiz Otávio Sá Souza. Ela conta que o ex-companheiro contraiu dívidas em seu nome e chegou a enganar familiares, amigos e vizinhos para conseguir dinheiro. Após a separação, em outubro de 2024, começou uma rotina de perseguições, ameaças e difamações que não cessou até hoje.
De acordo com a vítima, foram 18 boletins de ocorrência registrados por crimes como ameaça, perseguição, difamação e descumprimento de medida protetiva. Mesmo assim, ela afirma não ter recebido a devida proteção das autoridades. “Após tantos boletins, eu me senti totalmente desassistida. Já cheguei a ter atendimento negado na Delegacia da Mulher. É um órgão que deveria proteger, mas foi onde mais me senti abandonada”, declarou.
O histórico de prisões de Luiz Otávio destacou a fragilidade no cumprimento das medidas, afirma a mulher.. Ele foi preso em dezembro de 2024, mas solto em fevereiro de 2025 com tornozeleira eletrônica, que rompeu pouco tempo depois, permanecendo dois meses em liberdade. A nova prisão só aconteceu em julho de 2025, após pressão. No mês seguinte, obteve novamente prisão domiciliar, mais uma vez com monitoramento eletrônico. “Ele já rompeu a tornozeleira uma vez. Quem garante que não fará de novo? Parece piada, mas não é”, desabafou.
As perseguições também atingiram a vida profissional da vítima. “Ele dizia que tínhamos uma dívida de sangue, inventou histórias, criou e-mails falsos e chegou a me acusar de roubo. Entrou em contato com meus superiores para tentar me tirar do emprego. Até meus colegas de trabalho precisaram registrar boletins de ocorrência contra ele. Essa parte foi a que mais me abalou”, revelou.
Para a vitíma, medidas como a tornozeleira eletrônica e o botão do pânico não funcionaram. “Eu achava que estava protegida, mas descobri que ele estava há mais de dois meses sem tornozeleira e ninguém sabia. Só estou viva porque ele não quis me matar. O botão do pânico não serviu de nada. Se fosse depender das autoridades, eu já não estaria aqui”, afirmou.
A vítima finaliza o relato denunciando o abandono institucional. “Não espero mais nada das autoridades. Só funcionou quando pessoas com influência intercederam. Não foi a Lei Maria da Penha, não foi o Agosto Lilás. Foram contatos pessoais que fizeram a prisão andar. Eu continuo com medo, pensando a cada barulho se é ele na minha porta. Vivo em alerta, porque sei que, se depender do sistema, estarei sozinha”, disse ao Agora Alagoas.