A família de Gabriel Lincoln, jovem baleado e morto durante uma abordagem policial em 3 de maio de 2025, esteve nesta segunda-feira (18) na sede da Secretaria de Segurança Pública de Alagoas (SSP-AL) para uma reunião com o deputado federal Paulão (PT-AL) e o secretário de Políticas da Segurança Pública, tenente-coronel Patrick Madeira. O principal questionamento foi a demora de mais de quatro meses na realização do exame residográfico, considerado fundamental para esclarecer as circunstâncias do crime.
A tia do adolescente, Flávia Ferreira, cobrou celeridade na investigação. “O tempo está se passando, quatro meses da morte de Gabriel. A gente sabe que existem outros lugares que podem fazer esse exame, para dar o resultado e fechar o inquérito no Ministério Público, para que quem fez aquilo com o Gabriel pague, porque a gente sabe o histórico dele (o policial) em Palmeira. A gente não vai se calar, a gente quer que quem fez isso pague”, afirmou em entrevista ao Portal Agora Alagoas.
O deputado federal Paulão também criticou a morosidade e cobrou respostas rápidas. “Nós queremos justiça, como diz o jurista Rui Barbosa: ‘justiça tardia é injustiça’. Vai completar quatro meses e não temos conclusão no inquérito para enviar ao Ministério Público. A gente percebe que está faltando algumas provas, quanto mais demora, isso retarda demais. A resposta do subsecretário é que esse caso é prioridade, e a gente espera que realmente seja. O agente causador da morte de um garoto de 16 anos, um policial militar, é muito grave. Esperamos justiça, e se não for feito, levamos este caso à esfera federal. Queremos esses assassinos na cadeia”, disse.
Já o pai do jovem, Cícero Pereira, destacou a dor da perda. “A gente está atrás de justiça, é o que a gente quer. E esse foi o primeiro Dia dos Pais sem ele, tem uma lacuna, um buraco que a gente não consegue preencher. A gente olha dentro de casa, estão os pertences dele, as coisas dele, e não caiu a ficha ainda. Eu sempre acho que ele está viajando. Não é fácil”, desabafou.