A relação entre os programas sociais e a falta de mão de obra tem gerado debate em todo o país. Enquanto alguns especialistas afirmam que o Bolsa Família garante segurança alimentar e reduz desigualdades, outros apontam que o benefício pode desestimular o ingresso no emprego formal, especialmente em áreas com salários mais baixos.
O empresário alagoano Rafael Tenório é um dos que defendem essa visão. Segundo ele, está cada vez mais difícil encontrar profissionais para funções essenciais. “Hoje em dia está cada vez mais difícil encontrar pessoas dispostas a trabalhar — seja no campo, como empregada doméstica, babá ou em tantas outras funções importantes. E isso acontec por isso prefere não aceitar um emprego formal”, afirmou.
Ele também relata que muitos aceitam trabalhar, mas não querem carteira assinada. “Quando aceitam, muitas vezes não querem assinar a carteira, justamente por receio de perder o benefício. Mas o resultado é que acabam sem direitos trabalhistas e sem contribuição, e lá na frente, sem aposentadoria garantida.” Como solução, Tenório propõe um modelo de transição. “A pessoa que conseguisse um emprego não perderia o benefício de imediato, mas aos poucos, com reduções de 20% conforme fosse se estabilizando no trabalho.”
Por outro lado, pesquisadores do Ipea apontam que o tema é mais complexo e envolve fatores como a desaceleração econômica e a saída de trabalhadores mais velhos do mercado após a pandemia, indicando que o Bolsa Família não é o único elemento que influencia a oferta de mão de obra.e, em grande parte, por causa dos benefícios sociais que o governo oferece. Muita gente tem medo de perder o que já conquistou, e



