Em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS nesta quinta-feira (23), o ex-procurador-geral do órgão, Virgílio Antônio de Oliveira Filho, afirmou não saber o motivo da participação de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, em reunião com integrantes do Ministério da Previdência. A reunião, realizada em 12 de janeiro de 2023, contou com a presença do então secretário-executivo da Previdência e atual ministro Wolney Queiroz, junto a investigados no escândalo do INSS.
Questionado pelo relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), Virgílio disse não ter sido convidado para o encontro e negou ter qualquer “padrinho político”. “Sempre pautei minha vida pública em defesa da Constituição e do Estado brasileiro. Entendo que sempre fui indicado por questões técnicas. Não sou político, não tenho padrinho político, sou apartidário e sempre desempenhei minhas funções de forma técnica”, afirmou.
Durante a sessão, o presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), fez um apelo ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça, para que decrete as prisões preventivas solicitadas pela comissão. Segundo Viana, são 19 pedidos baseados em provas documentais, periciais e testemunhais que comprovam desvios de recursos da previdência e enriquecimento ilícito às custas de aposentados.
“Enquanto o aposentado chora diante do contracheque, eles brindam com champagnes e vinhos caros importados. Não é erro, é covardia. É roubo da velhice ao trabalhador que construiu este país com suas próprias mãos”, declarou o senador, destacando que os investigados estariam se escondendo em destinos como Dubai, Miami e paraísos fiscais. Mendonça é o relator das investigações sobre descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões no STF.



