O Deputado Federal Delegado Fabio Costa criticou as declarações de Renan Calheiros e do ministro dos Transportes, Renan Filho, que se manifestaram contra a anistia aos presos dos atos de 8 de Janeiro. Para os dois, não há motivo para perdão aos condenados. O parlamentar, no entanto, afirmou que essa posição ignora casos de injustiça e seletividade no tratamento dado pela Justiça.
Segundo Costa, muitos réus primários foram sentenciados a penas de até 17 anos, mesmo sem provas de depredação. Ele citou idosos, pessoas com problemas de saúde e mulheres que, em suas palavras, “a única arma que ostentavam era uma Bíblia”. Lembrou ainda do homem, conhecido como “Clezão”, que morreu na prisão.
Em contraponto, o deputado destacou o histórico de Renan Calheiros, dizendo já respondeu a inquéritos e processos por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa, sem ter cumprido pena. Também criticou Renan Filho, a quem chamou de aliado fiel de Lula, lembrando que o presidente voltou ao poder após ter condenações anuladas pelo Supremo Tribunal Federal.
Fabio Costa comparou ainda a reação do sistema de Justiça em 2017, quando militantes ligados à CUT, MST e outras centrais sindicais invadiram prédios públicos e incendiaram ministérios em Brasília. “Naquela época, não se falou em terrorismo, nem se pediu 17 anos de cadeia para nenhum deles”, disse.
Para o parlamentar, há uma clara diferença de tratamento. “Para os Calheiros, quem protesta contra o atual regime merece apodrecer na cadeia. Mas quem é amigo do sistema, mesmo com ficha suja, continua mandando no país”, afirmou Fabio Costa.