O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, iniciou uma nova mobilização no Congresso para acelerar a tramitação do projeto que concede anistia aos condenados pelos atos de 8 de Janeiro. A articulação ganhou força após a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro, realizada no sábado (22) pela Polícia Federal. A estratégia foi definida em uma reunião na segunda-feira (24), que contou com a presença de Michelle Bolsonaro, Carlos Bolsonaro, Jair Renan, o senador Flávio Bolsonaro e outros parlamentares da sigla.
Segundo Flávio Bolsonaro, a aprovação da anistia será o “objetivo único” do grupo na Câmara dos Deputados. O senador reforçou que o PL não aceitará negociar dosimetria, insistindo que o partido está comprometido exclusivamente com a anistia irrestrita. Já o líder da oposição no Senado, Rogério Marinho, afirmou estar dialogando com lideranças partidárias para “desinterditar” o debate no Parlamento, indicando que a oposição não pretende recorrer à obstrução, mas sim levar o tema ao plenário.
Entretanto, a articulação enfrenta obstáculos. A divulgação de um vídeo em que Jair Bolsonaro admite ter usado um ferro de solda para tentar abrir sua tornozeleira eletrônica gerou resistência entre integrantes do Centrão, que agora veem dificuldades para avançar tanto a anistia quanto a discussão sobre penas. O relator da proposta, Paulinho da Força, havia indicado anteriormente que a prisão poderia facilitar negociações, mas o novo episódio complicou o cenário, que será tratado na reunião de líderes marcada para terça-feira (25).
Além da pauta da anistia, o encontro do PL também tratou da indicação de Jorge Messias ao Supremo Tribunal Federal. Rogério Marinho reiterou que a oposição votará contra o nome indicado pelo presidente da República, afirmando que não concorda com a nomeação de um “advogado e amigo” para a Corte.
Maceió, 25 de novembro de 2025
