O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva estima que o déficit primário de 2024 ficará entre R$ 10 bilhões e R$ 15 bilhões, representando cerca de 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB). O cálculo, em fase final de apuração, se aproxima da meta de equilíbrio fiscal e está bem abaixo do limite permitido de R$ 28,8 bilhões (0,25% do PIB) pelo arcabouço fiscal. A nova projeção reflete um ajuste significativo em relação ao déficit previsto em novembro, que era de R$ 28,7 bilhões.
A equipe econômica reforça que o valor calculado não inclui gastos extraordinários que foram desconsiderados da meta fiscal por decisões legislativas e judiciais, como as despesas para mitigar os impactos de enchentes no Rio Grande do Sul e queimadas em várias regiões do país. Mesmo com essas exclusões, o governo prevê que o déficit total não ultrapassará 0,4% do PIB.
O resultado primário, que mede a diferença entre receitas e despesas do governo sem incluir o pagamento de juros da dívida pública, reflete um esforço da administração federal para equilibrar as contas e manter o controle sobre os gastos públicos. A proximidade com a meta zero é vista como um indicador positivo para a confiança de investidores e para a saúde econômica do país.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já havia sinalizado a intenção de buscar resultados fiscais mais próximos do equilíbrio, com medidas para aumentar a arrecadação e conter despesas. A estimativa mais otimista deve fortalecer a narrativa de que o governo está comprometido com a responsabilidade fiscal, mesmo diante de desafios econômicos e sociais complexos.