O governo federal liberou mais de R$ 200 milhões em emendas parlamentares destinadas a deputados e senadores que integram a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga fraudes contra aposentados do INSS. Segundo levantamento, os pagamentos e empenhos ocorreram justamente no mês em que a comissão começou a funcionar no Congresso.
Entre os dias 1º e 22 de agosto, foram efetivamente pagos R$ 113,7 milhões, enquanto outros R$ 90,8 milhões ficaram reservados. O PDT, partido do ex-ministro Carlos Lupi, recebeu o maior volume de recursos, com R$ 18,1 milhões destinados a três de seus representantes na CPMI. Já a deputada Coronel Fernanda (PL-MT), autora do requerimento para criação da comissão, não teve nenhum recurso pago ou reservado em seu nome.
A CPMI começou sob críticas de conchavos entre governistas e oposicionistas, que teriam limitado convocações de sindicalistas e dirigentes de associações suspeitas de envolvimento no esquema. A articulação, segundo analistas, teria o objetivo de blindar figuras próximas ao governo, como Frei Chico, irmão do presidente Lula e dirigente sindical investigado por suposto desvio de R$ 150 milhões.
O contexto político também se acirra com outras movimentações em Brasília, como a votação de um projeto que pode flexibilizar regras da Lei da Ficha Limpa e a revelação de que o governo gastou mais de R$ 1 bilhão em viagens neste ano. No centro das disputas, o avanço da CPMI do INSS prevê novos desdobramentos nas próximas semanas.
Maceió, 9 de setembro de 2025
